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Remanso minimalista Ricardo Macedo dos Santos Amanheceu e o silêncio acordou revoltado. Resolveu ficar e anular os ruídos do mundo. Não bastaram o sonido das flores, os latidos impertinentes dos cães vadios, o chilrear dos pássaros, o choro das crianças pedindo colo, o cantar dos pneus dos automóveis da minha rua, e o grito de pamonha do vendedor que passa todo de branco, com luvas e gorro mais parecendo um enfermeiro deslocado de função. No meu ouvido somente o zumbido natural da madrugada dentro da floresta. Todos os barulhos se renderam ao majestoso poder do silêncio. A chuva cai lá fora, e somente soube da sua presença porque minha vidraça revelou-a escorrendo de alto a baixo pela janela. A sensação dessa audição impedida move minha memória para as páginas do livro de Garcia Márquez. Cem anos de Solidão lembram muito bem o vazio fantástico desse momento. Buendía vai ser fuzilado, mas da mesma maneira que o silêncio fez com o som dos tempos, Gabo interrompeu o pelotão de fuz
Já está em https://www.kobo.com/br/pt/ebook/macunaima-visita-jeca-tatu o ebook de Macunaíma visita Jeca Tatu. Uma Paródia. 
O porquinho Prático e a amizade do lobo Ricardo Macedo dos Santos Um lobo pode fazer amizade com um porquinho? Pois este que vou apresentar a vocês conseguiu um relacionamento singular e inteligente com um porquinho trabalhador, chamado “Prático”, por ser trabalhador e previdente. Essa amizade aconteceu quando Prático estava construindo sua casa de tijolos. O porquinho queria acabar rápido, porque estava em época de chuvas e onde morava havia muita goteira e não tinha proteção alguma contra possíveis invasores. Foi assim que Prático procurava alguém para ajudá-lo, que tivesse algum tipo de experiência e, principalmente, que fosse um bom trabalhador. O lobo soube do anúncio, procurou-o e assim começou a trabalhar na construção de uma casa sólida, de tijolos, impenetrável por animais que quisessem subtrair alguma coisa do porquinho. Trabalhou, trabalhou, dias, tardes, noites, madrugadas, mais dias, semanas, meses, até que conseguiu completar seu serviço e ainda recebeu abr
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Pronto para sair:  MACUNAÍMA VISITA JECA TATU - uma paródia Veja a página da Editora http://www.editoralabrador.com.br/autor/ricardo-macedo-dos-santos/ Em breve, mais informações sobre como adquirí-lo.

No dia de hoje

1. Às vezes penso que enquanto digito,  as palavras vão perdendo sua validade. No dia seguinte, quando abrir os jornais, constatarei que esta página virou periódico velho e não trará mais novidades, porque novas notícias transformaram o tempo. João já deixou Maria, Pedro encontrou o caminho de casa e José vomita à vontade sua noite de balcão do boteco do Manoel. A Câmara votou tudo errado e a mega-sena acumulou de novo. 2. Ouvi pela não sei quantas vezes a música Fado Tropical de Chico. Fala de 1974, cravos vermelhos que já murcharam, e de uma intertextualidade Brasil-Portugal. Só Chico mesmo. 3. Meu livro Prisão, Cela e Morte - Delírios da memória continua bombando. Recebo sempre comentários dos que já o leram e olhem, sem falsa modéstia, têm sido bons. 4. "Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde, tudo muda de dono" de Mário Quintana". 5. ! Hasta!
1. Por incrível que pareça, depois que EUA e Cuba reiniciaram suas relações diplomáticas, com a abertura de embaixadas nos dois países, o Presidente Obama prorrogou por mais um ano o embargo econômico americano à ilha cubana. Dá para entender? 2. Tenho acompanhado os recentes discursos da Deputada Federal Jandira Feghali no plenário da Câmara, e não vejo hoje uma oposição pessoal tão clara e firme contra a onda golpista que infesta o nosso país.  3. A Bienal deste ano acabou com a falácia de que o povo brasileiro não lê. A afluência foi vitoriosa e nunca as editoras conseguiram vender tanto livro como foi neste ano. Pena que acabou.  4. Prossigo escrevendo o meu próximo livro. Há muito material para ler e tenho que recorrer  ao processo antigo de fichamento para poder organizar as citações.  5. Vi, um dia desses, um vídeo no Youtube com uma entrevista de Geraldo Vandré. Uma lágrima desceu no meu rosto diante do irreconhecível personagem que não disse com clareza o que realment
1. Já estamos na metade de setembro. O ano se misturou ao vendaval e os ventos o empurraram em vórtices. Essa ação dos ventos carregando os dias lembra-me Cruz e Souza em seu exercício de aliteração:  "Vozes veladas, veludosas vozes,   Volúpias dos violões, vozes veladas,  Vagam nos velhos vórtices velozes  Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas".       Na década de 1970, o compositor popular Reginaldo Bessa gravou uma bela música  em que dizia que "o tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém." Portanto, que ninguém perca tempo à toa. 2. Prossegue meu trabalho sobre a Coluna Prestes. Enquanto vamos lendo, recolhendo material e anotando coisas, mais necessidade de ler, de recolher material e de anotar mais coisas. A pesquisa é um ciclo interminável, mas o trabalho em fazê-la nos dá muito prazer, e isso é  o que interessa. 3. Pipoca cada vez mais o meu livro Prisão, Cela e Morte - Delírios da Memória. Ele está à venda aqui no Bl